Não foi exatamente um momento da minha vida que me remete ao livro e sim, o livro que me traz sensações nostálgicas diante dos momentos que vivi. Dei a liberdade para que o livro que marca minha vida, representasse até hoje, os meus momentos de vitória, de resistência e de superação. O livro que se sobressai perante todos os que eu já li continua sendo “Na margem do rio Piedra: eu sentei e chorei de Paulo Coelho, o autor abrange a perspectiva do amor por três vieses, pela correlação com a fé, pelo amor que salva e o amor pelo olhar da dependência. Três tipos de amor que eu ainda não tinha me deparado enquanto adolescente, quando Paulo Coelho fez eu compreender que todo mundo passa por desilusões amorosas e que isso é normal, eu consegui tirar uma lição sobre criar expectativas perante o outro.
O primeiro amor é para com Deus e as várias Faces que Ele representa, Deus é pai, é mãe, é amigo e irmão. O segundo, foi o amor enquanto busca de autoconhecimento, superação dos medos e preconceitos. E por último e não menos importante, a ilusão do amor, o amor por dependência de estar com outro. Na margem do rio Piedra também engloba olhar ao próximo, a doação de si para o outro, pois fora da caridade não há salvação. Ou seja, o livro perpassa a ideia do eu próprio se o fazer melhor, por meio da caridade material, de sentimentos, de ações e de pensamentos. Foi um livro que abordou a verdade sobre o contexto da vida, que o sofrimento é passageiro e não deixa marcas e que o amor nos salva.
O livro aborda o outro em nós, a nossa parte racional que não deixa a subjetividade se estender em relação a nossa vida, mostra o quão estamos presos em si próprios com medo de estabelecer uma conexão com alguém por medos e experiências do passado, imaginando que os relacionamentos, amizades, elos profissionais acabam do mesmo jeito. E o autor nos mostra que cada situação é uma situação e deve ser vista como novo aprendizado. Há uma frase que correlaciono muito com este livro, “passado não é residência e sim, referência.” Nós somos o que vivemos, mas não podemos parar de viver o hoje, porque senão morremos. O livro foi meu grande conselheiro e amigo, antes das voltas que a vida dá.
- Às voltas que o livro dá. - 27/11/2021