Não é difícil se defrontar com livros distópicos cujo a realidade se dá em meio a um regime autoritário, opressor e totalitarista cujo a vida humana é pouco valorizada. Diversos autores usam dessa narrativa para questionamento da realidade, a fim de trazer à tona questões que não raro estão presentes na sociedade atual, evidenciando e ampliando vozes marginalizadas e permitindo que os leitores se tornem mais cientes do cenário a qual pertence.
A literatura como forma de expressão política permite que o escritor possa conceber por meio da sua criatividade, personagens, histórias e cenários que questionam a ordem estabelecida e propõem alternativas mais justas e igualitárias para determinada situação.
Um exemplo claro de distopia é a trilogia “Jogos Vorazes” da autora Suzanne Collins onde doze distritos na nação intitulada Panem são comandados de forma desumana pela Capital, no qual habitam a elite que utiliza do seu poderio para explorar os distritos que vivem em situação de extrema miséria. Os Jogos Vorazes são dessa forma mais uma maneira de maltratar ainda mais os cidadãos de Panem, levando dois jovens de cada distrito a batalharem até a morte em uma espécie de arena até que reste apenas um. Suzanne Collins parte dessa premissa para apresentar Katniss Everdeen, uma garota que cansada da sua realidade vira o ponto central de uma revolução contra a Capital mostrando a luta contra o poder cruel de forma impactante e dramática.
Apesar de geralmente obras desse gênero se passarem no futuro seja ele próximo ou não, servem de suporte para formação de um leitor mais politizado, são referências de luta e de pensamentos críticos aos quais serão importantes para a formação cidadã, inspirando a lutar contra a tirania e a pensar um pouco mais no poder de qualquer Estado a qual está inserido.
Em resumo podemos entender que obras distópicas que apesar de muitas vezes parecer possuir um tom fantasioso permitem ao escritor de maneira entusiasmante e até mesmo persuasiva expressar suas opiniões e transmitirem ao leitor o conhecimento mais politizado da sociedade de forma a amplificar suas vozes, dessa forma se pode afirmar que a literatura é uma ferramenta para lutar contra a injustiça e contra qualquer forma de poder opressor.
É o poder da literatura no mundo. Amei demais!! Foi muito esclarecedor.