Informação e Sociedade: Realidade ou Fantasia?

Se observarmos o discurso de muitos hoje em dia e principalmente na mídia, observa-se que muitos afirmam que estamos vivendo a sociedade da informação, ou do conhecimento ou sociedade da interação. E fazendo uma análise da conjuntura atual do mundo e em particular, do nosso Estado (Maranhão) será que esse discurso é verídico ou simplesmente uma jogada de Marketing?

Quando falamos em Sociedade da Informação, logo pensamos em acesso à informação e novas tecnologias de informação e comunicação, ou seja, um todo conectado a uma rede que possibilite o acesso de conteúdos nas mais diversas formas, através do celular, tablet, computador, notebook, enfim, e estudando o livro de Elmira Simeão, “Ciência da Informação: teorias e metodologias de uma área em expansão” , publicado no ano de 2003, que se consiste em uma coleção de textos do Antônio Miranda sobre o assunto, percebemos que esse conceito é advindo da globalização, do processo de informatização da sociedade, de interconexão, da inserção de redes de armazenamento, processamento e teleprocessamento de dados ,ou seja, uso de sistemas de informação.

Esse conceito, foi bem difundido no mundo e particularmente no Brasil nos anos 90 do século XX, assim como no início do século XXI, através da implantação do programa Sociedade da Informação no Brasil, que tinha dentre seus objetivos a finalidade de ser um “ponta pé” na pesquisa, na educação e assegurar que o país tivesse condições de competir no mercado mundial, e uma das formas que se alcançaria esse objetivo era a inserção das novas tecnologias e em particular o computador na vida diária das pessoas e nas escolas, universidades e centros de pesquisa.

Observando a conjuntura mundial hoje, em particular o nosso estado, ouvimos muito falar em globalização, rede de compartilhamento, informação, acessos em perspectiva, mas será mesmo que isso é uma realidade que atinge a todos? Será que em todas as escolas principalmente do ensino básico, tem estrutura tecnológica o suficiente para o estudo? Será que essa rede de compartilhamento está em todos os lugares?

A resposta é óbvia, basta assistir os noticiários, enquanto muitos países principalmente os considerados de primeiro mundo, estão desenvolvidos, outros carecem de estrutura básica como hospitais dignos, escolas com uma estrutura merecida pra sua subsistência, em relação a nosso estado, basta ir as escolas as universidades e aos centros de pesquisa pra ver a realidade que nos cerca, podemos até ter computadores, e usar de uma rede que possibilita o acesso a informações mundiais, mas muitos que tem esse aparato todo, não sabem usar toda aquela tecnologia a seu favor, usufruir de todos seus benefícios, ou não sabe usa-la corretamente afim de alcançar resultados melhores. Muitos até têm aparelhos tecnológicos, como computadores, tabletes, mas não tem acesso a rede que possibilita o acesso, ou não sabem mesmo como usar o aparelho.

Percebe- se que boa parte daqueles que tem um celular de última geração, um notebook com capacidade de armazenar vários arquivos, usam o aparelho constantemente só para acessar as mídias sociais, e estas por vez, em vez de oferecer também a integração social, ultimamente tem favorecido o isolamento humano.

Enquanto nas capitais mundialmente conhecidas, boa parte avança em tecnologia, informação, nos negócios e na cultura, ainda assim, mesmo na capitais e nas cidades e municípios que os cercam, muitas escolas não tem nem estrutura física o que dirá acesso à tecnologia, muitos hospitais não tem estrutura suficiente pra atender a demanda de pacientes diários, não tem capital humano para trabalhar nem material suficiente para alcançar a todos, e essa realidade não abrange somente o Brasil mas muitos outros países. Então se a sociedade da informação é um todo conectado, que tem acesso a essa informação por meio das novas tecnologias que possibilitam o avanço da comunidade e da sociedade completamente e não só a maioria ou menoria, enquanto todos, não estiverem igualmente inseridos, não poderemos afirmar que estamos e vivemos em uma sociedade da informação.

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