As palavras dão vida ao que pensamos. Quando bem estruturadas harmonizam e combinam lindas frases, poesias, canções e alegram a vida de quem as ouvem. Você já imaginou como algumas leituras despertam o melhor em alguém? Como podem salvar um dia, uma vida ou um sonho? Pensar no poder da palavra e a forma como ela salva vidas é um incentivo para muitos escritores. Salvar vidas não só diz respeito ao resgate por um corpo de bombeiros, mas confortar alguém que sofre. O momento em que a sociedade global vive é caracterizado pela insegurança, desesperança em dias melhores e a constante sensação de que algo inesperado pode ocorrer. Todos sofrem e a leitura também é a maneira pela qual esse sofrimento pode ser aliviado e se, possível, impedido. A palavra não é somente uma combinação de signos para avanço do conhecimento, mais o arranjo de desenhos linguísticos para alívio da dor. Pensando nisso, eu Tayna Martins fiz uma entrevista de cinco perguntas com o escritor motivacional Francisco Damacena para exemplificar essa iniciativa:
Entrevistadora: Todas as pessoas são humanas e cada uma carrega uma história que as torna singular. Faz parte de quem são. Você afirma escrever para todas as pessoas a fim de aliviar seus sofrimentos. Por que escolheu a escrita como auxílio motivacional?
Entrevistado: “Dizem que a alegria quando compartilhada aumenta, mas a tristeza, quando compartilhada diminui. Eu sempre tive o desejo de ajudar as pessoas e a escrita, ela não foi um dos meios com que eu podia ajudar, ela foi o meio que eu encontrei pra ajudar as pessoas, já que, quando senti esse desejo eu não tinha, digamos uma condição financeira tão boa pra ajudar as pessoas de uma maneira mais direta. Hoje já tenho melhorado essa parte financeira… Mas na época em que eu comecei a escrever a única forma que eu achei de ajudar as pessoas foi através da escrita. A rede social, ela é um meio que a gente pode alcançar pessoas que estão do outro lado do mundo e que muitas vezes não tem um amigo pra chegar até elas, mais a rede social chega, uma mensagem chega, um texto chega. Então eu vi que poderia ser um meio em que eu poderia ajudar muitas pessoas, não só as que me cercam, mais pessoas que moram distantes também. Era o meio em que eu poderia alcançar várias pessoas e levar um pouco de paz e de alegria pra elas.”.
Entrevistadora: Augusto Cury, uma de suas inspirações, afirmou que “A maior aventura de um ser humano é viajar/ e a maior viagem que alguém pode empreender/ é para dentro de si mesmo/ e o modo mais emocionante de realizá-la é ler um livro,/ pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros,/ mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas/ e descobrir o que as palavras não disseram…”. Nesse sentido, qual sua concepção sobre a importância de um bom livro na vida das pessoas?
Entrevistado: “É como ele disse: “um livro mostra que a vida é o maior de todos os livros” e de fato é. Assim como um livro tem as suas páginas e em muitos deles algumas páginas são felizes e outras são tristes, a nossa vida, ela também é assim. Todos os dias a gente escreve uma página, todos os dias a gente escreve novos parágrafos. Nem todos são felizes, mas também, nem todos são tristes e assim também é nos livros, né? Por mais que tenha ficção, alguns livros mostram essa questão da ficção, mais muitos também trazem a realidade. Então quem dera se todas as pessoas tivessem um bom livro como, como melhor amigo! Seria muito, muito bom! Infelizmente nem todas as pessoas gostam de ler; na verdade, a maioria das pessoas não gosta ler. Quem dera se a gente pudesse de fato ter uma sociedade mais leitora, com certeza o mundo seria um mundo melhor.”.
Entrevistadora: Você fez uma postagem contendo a seguinte frase: “Você é aquele livro bom, que tem espaço tanto na biblioteca do meu coração como na minha cabeceira. É aquele livro que eu nunca vou enjoar de ler.”. O que lhe motivou a usar os termos biblioteca e livro em seu post?
Entrevistado: “Na verdade, quando eu uso o termo “biblioteca” do meu coração, é (pausa). Significa que tem várias outras coisas nele…, mais as pessoas eu considero como livros. Como se elas estivessem ali numa prateleira, num lugar especial. Então a biblioteca, na verdade, é uma parte do meu coração que eu reservo pra pessoas especiais, né? E o termo “livro”, é um livro de cabeceira porque é aquele livro que a gente dorme pensando nele e acorda pensando nele. Então a pessoa, aí no caso, tem um lugar bem especial na biblioteca do coração. É basicamente isso.”.
Entrevistadora: Considerando que há um público significativo atento para leituras curtas e motivacionais e que há uma necessidade de leitores mais assíduos no Maranhão, você acredita que suas poesias podem incentivar à leitura?
Entrevistado: “Eu não sei de que forma mais eu acredito que sim. Eu já fiz várias pesquisas nas minhas redes sociais, fazendo duelo entre textão ou frase curta. E em todas elas frase curta ganhou nesse duelo. Ou seja, as pessoas preferem a frase curta do que o textão. Então eu acredito que as pessoas que costumam escrever textões elas poderiam procurar um meio de adaptar, deixar menor, mais significativo e mais direto. Que com certeza a gente conseguiria alcançar mais pessoas.”.
Entrevistadora: Os escritores possuem uma inspiração particular? Considere o desenvolver de uma frase sua e diga o que lhe dá mais prazer nesse processo?
Entrevistado: “É… Eu não sei dizer se todos tem uma inspiração particular, porque tem pessoas que escrevem pela técnica mesmo. Não tem uma inspiração em si mas sabe escrever, gosta de escrever e escreve. Eu conheço uma pessoa, que ela escreve de acordo com o que acontece no seu dia. Tipo, alguém falou uma frase de efeito e ela gostou dessa frase, ela coloca a frase ali e escreve um texto de acordo com essa frase. No meu caso,(pausa) é… A minha inspiração, na realidade, são as pessoas. Sempre quando eu estou escrevendo o que me traz mais prazer, o que me dá mais prazer é imaginar que a partir do momento em que eu lançar aquele texto nas redes sociais, em que eu colocar aquele texto pras pessoas verem, eu vou conseguir ajudar muitas delas. Eu vou conseguir trazer esperança, trazer paz pra muitas pessoas. A minha inspiração são as pessoas. Sempre que estou escrevendo eu penso em ajudá-las. Então aquilo me faz dar o meu máximo, imaginar o quê que as pessoas estão passando e aí escrever em cima disso pra levar paz pra algum coração que talvez esteja aflito.”.
Muitos, assim como o Francisco Damacena, têm contribuído para a efetivação da leitura. No entanto, o Brasil certamente ainda não se tornou um lugar de leitores ativos. Muito já foi feito pela leitura no país e há muito a fazer, não só pela leitura literária, científica, técnica, etc., mais pela leitura de mundo, com reflexões que sensibilizem e estimulem leitores que precisam desses textos que fazem da leitura um prazer. Que tal começar com frases curtas?
Saiba mais:
Insta: @francisco.damacena
Face: Francisco Damacena
Youtube: Francisco Damacena
- Leituras que salvam: com Francisco Damacena - 04/10/2020