Já dizia o grande escritor Monteiro Lobato: “quem não lê, mal ouve, mal fala e mal vê”. Essa frase perdura no meu consciente desde a infância, quando encontrava meu pai no fim de semana e ele, em meio às suas leituras de jornal, revistas e livros, me fazia completá-la. Hoje, conscientizada por tal ensinamento, chego ao ensino superior e percebo que o hábito de ler torna o ser humano, humano.
O célebre psicólogo Vygotsky afirmou que o desenvolvimento do homem se dá pelas relações sociointerativas, em outras palavras, pelas trocas sociais, que em contato com os seus semelhantes, é que o indivíduo constrói sua visão de mundo. Dessa forma, a prática da leitura pode ser vista como umas dessas trocas, visto que a absorção do conhecimento possibilita consciência crítica, transformando o homem e fazendo-o compreender do seu papel na sociedade – transformar o meio que vive, de forma livre e honrosa.
No entanto, a falta de leitura promove justamente o contrário: problemas de compreensão do ambiente a sua volta, individualismo, autoritarismo e até cercear os direitos individuais e coletivos, como a própria liberdade de expressão. O fato é que, quem tem o hábito de ler, tem plena consciência do bom-senso, possui visão crítica e se permite romper com estruturas arcaicas, impostas pelo senso comum, que, por vezes, vem disfarçadas de discurso do ódio.
Paulo Freire dizia que a leitura de mundo precede a leitura da palavra. Assim, meu pai estava certo em me ensinar desde criança o gosto pela leitura, o que me tornou uma mulher livre e consciente do meu papel enquanto ser humano. Assim, quanto mais se lê, mais livre o homem é e mais consciente será do seu papel enquanto homem! Não digo cidadão porque adentra no campo de direitos e deveres, mas humano, no sentido que todo homem nasce livre.
O homem de fato nasce livre, mas se deixa acorrentar pela sua própria ignorância.E como dizia Mário Quintana: “os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem”!