Resenha de O Beijo do Vencedor (The Winner’s Kiss)

O Beijo do Vencedor é o terceiro e último livro da trilogia The Winner’s Trilogy de Marie Rutkoski, que mistura romance, intriga política e uma complexa luta por poder. A série é conhecida por seus personagens profundos, dilemas morais e reviravoltas emocionantes, e o terceiro livro não é exceção.

A história retoma a jornada de Kestrel, uma jovem estrategista brilhante, e Arin, um guerreiro destemido e líder de um movimento de resistência. No final de O Beijo do Império, Kestrel se encontra em um estado de confusão, dividida entre o amor por Arin e o dever que a força a tomar decisões difíceis. O começo de O Beijo do Vencedor nos mostra uma Kestrel enfraquecida, sem memória de eventos cruciais que a moldaram, com seu futuro e sua lealdade à pátria sendo testados de maneiras que jamais imaginou.

A trama gira em torno da reconciliação entre Kestrel e Arin, enquanto eles enfrentam o dilema de um amor que transcende os conflitos políticos e pessoais, mas que é também profundamente afetado pelas consequências da guerra e pela necessidade de fazer escolhas impensáveis. A autora cria um jogo de tensão entre os sentimentos de ambos, nos colocando constantemente em dúvida sobre qual será o próximo passo deles.

Além do drama romântico, a autora coloca a narrativa em um cenário de tensão política crescente, com o império de Valoria ameaçado por rebeldes e a luta pelo controle dos territórios no auge. As questões morais e os dilemas éticos tomam forma quando Kestrel precisa lidar com o peso das escolhas que afetaram tantas vidas, e a dinâmica entre ela e Arin evolui de maneira surpreendente. O relacionamento deles é testado por mágoas, traições e, eventualmente, pela necessidade de tomar decisões que podem significar a perda de tudo.

Marie Rutkoski, mais uma vez, entrega uma escrita afiada e reflexiva, que explora o que significa ser um “vencedor” e o que realmente está em jogo quando se toma uma posição em tempos de guerra. A autora utiliza de metáforas e simbolismos, especialmente em relação aos jogos de estratégia, para reforçar os conflitos internos e as tensões entre os personagens, criando um final que é, ao mesmo tempo, satisfatório e pungente.

O desfecho de O Beijo do Vencedor é emocionante e, sem dar spoilers, posso afirmar que ele proporciona uma conclusão impactante para a série. As escolhas finais de Kestrel e Arin refletem o amadurecimento de ambos os personagens, que, apesar de todas as adversidades, encontram uma forma de ser verdadeiros consigo mesmos e com os outros.

Milena Freire
Milena Freire
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