Com iniciativa do então presidente Franklein Delano Roosevel, dos Estados Unidos da América(EUA) em parceria com o Work Progren Administration(WPA), que era a agência americana destinada a realização de planos de obras públicas, criaram em 1935 o projeto Pack Horse Library, que no português livre, é algo como Biblioteca de cavalo de carga.

Com iniciativa do então presidente Franklin Delano Roosevelt, dos Estados Unidos da América(EUA) em parceria com o Work Progress Administration(WPA), que era a agência americana destinada a realização de planos de obras públicas, criaram em 1935 o projeto Pack Horse Library, que traduzindo para o português, é algo como Bibliotecas de cavalo de carga.

Levando em conta o cenário da época, período este que ficou conhecido como a Grande Depressão, a implantação deste programa tinha como objetivo, impulsionar a economia gerando empregos, já que as oportunidades ofertadas eram escassas e ao mesmo tempo, também tinham como foco combater o analfabetismo na região.

Nesse período econômico, foi uma oportunidade significativa de trabalho, e foram as mulheres que predominaram naquele ambiente profissional, mostrando sua total autonomia, indo contra o conservadorismo bastante marcante naquela sociedade.

Mais de 30(trinta) bibliotecas nesse modelo foram implantadas, e em um desses locais foi na região sudoeste dos Estados Unidos no Kentucky, território fortemente afetado pela grande crise, ocasionando no quase total isolamento dos moradores da área, situação essa já bastante propensa por seu perímetro ser de difícil acesso. A partir da implantação desse trabalho, muito além do que só fornecer materiais de leitura aos moradores, também ocorria a transmissão de notícias entre os mesmos, fazendo com que as informações circulassem, combatendo com o isolamento da população, principalmente na época do inverno rigoroso.

Elas também enfrentaram diversas outras barreiras na época, um exemplo disso, foi a falta de credibilidade enfrentada, vinda por parte dos moradores em relação ao seu trabalho, outra era a dificuldade em chegar as residências mais distantes, muitas vezes pela topografia, ou pelo clima, tornava-se quase impossível que o cavalo ou mula usado conseguisse prosseguir, obrigando-as a fazer o resto do percurso a pé. As famílias ainda tinham que confiar nelas, para permitir que entrassem em suas propriedades e trouxessem sugestões de leitura, para que por vezes, não só entregar, mas até ler para as crianças ou para seus doentes acamados com antracose .

As bibliotecas Park Horse tinham os seus acervos constituídos principalmente através de doações de bibliotecas do estado e mas também de escolas municipais, os materiais recebidos chegavam nos mais diversos estados de conservação e eram de estilos bastante variados, contendo livros de alfabetização e de estudos mais avançados, que atendiam as necessidades educacionais dos jovens, dando-lhes o que poderia chegar mais perto da oportunidade de uma boa educação. E graças aos esforços das trabalhadoras envolvidas, ainda haviam os álbuns com colagens de figuras, reportagens e matérias recortadas de outros materiais, que já estavam degradados demais para o empréstimo.

O projeto atraiu bibliotecárias de todo o estado durante seus 8(oito) anos de funcionamento. Nesse período, cerca de 1000(mil) bibliotecárias foram empregadas por intermédio do Pack Horse Library. As oportunidades de emprego dispararam nos EUA na Segunda Guerra e com isso, o programa perdeu seu financiamento ainda no ano de 1943, mesma época em que o WPA foi dissolvido. O projeto não se fazia mais necessário, no momento em que criaram as estradas que levaram à quebra do isolamento dos moradores, o que possibilitou o aparecimento das bibliotecas itinerantes, que se popularizaram bastante na década de 50(cinquenta).

A participação social dessas mulheres foi tão significativa naquela realidade, que as fizeram ter seu papel reconhecido ainda nos dias de hoje, sendo chamadas até de Bibliotecárias sem fronteiras, por internautas que conhecem suas histórias.

Nicóle Lima
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Nicóle Lima
Nicóle Lima

Graduanda em Biblioteconomia pela UFMA.

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4 comentários

  1. excelente texto, de fácil leitura e rico em detalhes, com uma escrita que nos prende do primeiro ao ultimo paragrafo.
    parabéns !

  2. É com imensa alegria que comecei a ler o livro de Jojo Moyes, Cujo título brasileiro: Um caminho para a liberdade, que é sobre esse período histórico muito difícil na Grande Depressão norte americana. Não imaginava eu que na década de 30, o então presidente Roosevelt e sua esposa Eleanor Roosevelt, tinham implantado este projeto. Com certeza é um modelo a ser seguido, com os recursos que se tem e que forem disponibilizados em cada época, respeitando-se os aspectos culturais de cada local. Estou maravilhada, pois já fui voluntária de um projeto semelhante em Brasília, consolidado, que existe até hoje, chamado Mala do Livro. Estou simplesmente maravilhada com a história!!!

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