O papel do feminismo na construção intelectual e social das mulheres

Desde o início da humanidade, o patriarcado esteve presente na vida das mulheres, que as colocavam em nível de inferioridade em relação aos homens. Quando nascia uma menina, sua família já pensava em seu futuro casamento que deveria ser lucrativo e com isso, sua formação ficava totalmente voltada para torna-la uma boa dona de casa, que não incluía os estudos. Não importava se aquela era ou não a vontade da jovem, aquele seria o seu destino. Enquanto que a formação dos meninos incluía mais regalias e formação acadêmica e profissional, pois na visão patriarcal, os homens eram os chefes de família e deveriam estar à frente de todos os movimentos sociais.

Essa distinção de tratamento em decorrência de gênero, não era aceito por determinadas mulheres que desejavam escolher os seus destinos e ter direito a educação, com isso, iniciaram os movimentos sociais e políticos em busca desse objetivo.

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O feminismo está relacionado aos movimentos políticos, sociais, ideológicos e filosóficos que defendem os direitos e tratamentos igualitários para o gênero feminino.

Algumas mulheres foram marcantes na história do feminismo, como Olympie de Gouges, que redigiu em setembro de 1791 a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, sobre o modelo da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que fora proclamada em 27 agosto de 1789, mas que não contemplava as mulheres. Documento esse, que fora recusado, pois na época não era aceito que mulheres interferissem em assuntos políticos e sociais.

O Feminismo no Brasil também é fortemente marcado pelos movimentos sociais e politicas de mulheres que não aceitavam a desigualdade destinada a elas. Tendo como pioneira a professora Nísia Floresta, que questionava a pouca atenção dada a educação das meninas brasileiras. Ela escreveu os livros: Conselhos à minha filha (1842), Opúsculo humanitário (1853) e A mulher (1856).

Na luta pela educação e trabalho, está Laudelina de Campos Melo, fundadora do primeiro sindicato de trabalhadoras domesticas do Brasil. Tendo em 1923, o primeiro contrato de trabalho de professoras com inúmeras exigências para sua contratação. Isso era o espelho do quanto foi restrito as mulheres o ingresso no magistério e sua inserção na área da educação.

Em 1932, as mulheres conquistaram o direito ao voto, podendo então, exercerem seu direito à cidadania e a busca pelo acesso ao nível superior.

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E ao longo da história, muitos direitos e garantias foram conquistadas pelas mulheres, direitos esses, consolidados com a Constituição Federal de 1988, a constituição cidadã, como demonstra o “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;”

Ainda assim em pleno século XXI, as mulheres ainda sofrem o reflexo da desigualdade entre os gêneros, como por exemplo, desigualdade salarial para o mesmo cargo exercido entre homens e mulheres em determinadas empresas, preconceito ao exercer algumas carreiras profissionais que são consideradas masculinas, como motoristas. Mas em comparação a outros países, como Marrocos, onde as meninas ainda são criadas para um bom casamento arranjado pela família, o Brasil se destaca nas leis e conquistas adquiridas em favor das mulheres.

O feminismo brasileiro conseguiu através de seus movimentos sociais, ideológicos, políticos e filosóficos que todas as mulheres pudessem ter acesso a uma educação e qualidade de vida sem distinção de gênero ou raça. Luta essa, que permanece até hoje, porque muito foi conquistado, mais ainda existe muito mais a ser alcançado. 

Karla Daniely
Karla Daniely
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