Todas as sociedades têm sua cultura, isto é, têm suas tradições, costumes, crenças, hábitos, arte, etc. que passam de geração. A cultura maranhense, como a brasileira é fruto da mistura da cultura de povos europeus, africanos e indígenas. Tudo começou há quase quatro séculos. Aqui viviam os nativos, os índios. Depois chegaram os brancos franceses, portugueses, holandeses… ficaram os portugueses. Eles vieram como colonizadores ou colonos. Trouxeram os negros na condição de escravos para trabalhar na lavoura.
Do cruzamento desses povos resultou o mestiço. Formou-se um povo típico, o maranhense, que canta e dança, mas também luta, sofre e trabalha. De cada um deles herdamos um pouco, por isso nossos costumes, nosso folclore e nossa arte são ricos e variados.
1. Folclore – A tradição protegendo a alma do povo
O conjunto de lendas, superstições, crendices, cantigas, histórias, danças, festas, conhecimentos, etc. que fazem parte da vida e da sabedoria de um povo, conservados pela tradição popular, é chamado de folclore ou cultura popular. Quando estudamos o folclore de um povo, conhecemos seu modo de pensar, agir e sentir. Através das variadas manifestações folclóricas, o maranhense mostra seu jeito mágico de ser alegre e festeiro. No decorrer do ano, o povo maranhense reúne-se para agradecer aos santos, pedir sua proteção e relembrar fatos e heróis. Dessa forma, mantém sempre vivas suas tradições.
São exemplos de tradições:
Festas juninas – Conjunto de manifestações de caráter profano e religioso, nas quais são homenageados Santo Antônio, São João, São Pedro, Sant’Ana e São Marçal. Nas quadrilhas, nas imitações de danças portuguesas, nas ladainhas, cacuriá, lelê ou toadas de bumba-meu-boi, ao som de matracas, zabumbas, pandeiros e tinideiras, o maranhense manifesta sua crença religiosa pelas ruas, largos, arraiais e terreiros.
Tambor de mina – É um culto de origem africana, mantido até hoje pelos descendentes dos negros jejês-nagôs.
Tambor de crioula – Dança de origem africana também conhecida como tambor, umbigada ou tambor de roda. É dançada com maior frequência nos festejos de São Benedito, no São João e carnaval.
Festa do Divino – Comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. É celebrada no primeiro domingo após a Ascensão. Na casa da festa, ergue-se um altar enfeitado com toalhas e rendas para a imagem da “pombinha”. O levantamento do mastro acontece entre o rufar das caixas e hinos de louvor entoados pelas “caixeiras”.
Bumba-meu-boi – É um dos folguedos mais antigos do Maranhão. De acordo com a região, apresenta-se em quatro sotaques: bois de matraca ou da ilha, bois de zabumba, bois de Pindaré e bois de orquestra, que apresentam variações de ritmo e indumentárias. Sintetiza as culturas africana, indígena e europeia. É uma dança dramática que critica os valores da sociedade. É, enfim, o teatro musical mais vivo realizado na cultura popular brasileira.
Cura ou pajelança – É uma prática religiosa de influência indígena. Um pajé ou curador, entoando cânticos ao som do maracá, retira “encantados” de pessoas “possuídas”.
De nosso folclore também fazem parte os banhos cheirosos, as orações populares, as cantigas de ninar e de roda, os provérbios ou ditados, os remédios caseiros, a culinária e muitos outros.
Os provérbios transmitem lições práticas de vida e sabedoria do povo. Veja alguns deles: “Quem quer vai, quem não quer manda”, “Em casa de ferreiro, espeto de pau”, “Uma andorinha só não faz verão”.
A culinária também faz parte da cultura de um povo. Os alimentos que comemos e o modo como os preparamos demonstram nossas raízes e influências. A culinária maranhense é recheada de pratos típicos, como o asco de jurará, arroz de cuxá com peixe frito, arroz de jaçanã, torta de frutos do mar, etc.
2. Artesanato
O artesanato maranhense é um dos mais expressivos do país, destacando-se os objetos feitos de palha, cerâmica, couro, madeira, penas, ossos, coco babaçu, etc.
Também existe um rico artesanato resultante do bumba-meu-boi. Com muita criatividade e habilidade, artesões produzem roupas, chapéus e penas ou fitas, máscaras, bonecos, instrumentos musicais, bordados e confeccionam o bumba-meu-boi.
3. Arte
O nosso estado é muito rico em manifestações artísticas: músicas, teatro, artes plásticas (escultura, pintura, desenho) e literatura (prosa e poesia).
A música é uma grande paixão do maranhense. Ele gosta muito de dançar e une ritmos atuais, como o reggae, os tradicionais, como o tambor de crioula, o divino, o bumba-meu-boi e a mina. Essa união cria novos ritmos e passos de danças características da criatividade do nosso povo.
Grande é o elenco de compositores, músicos e cantores maranhenses que fazem sucesso aqui e no resto do país, a exemplo de João do Vale, Papete, Alcione e tantos outros.
Nas artes plásticas, o Maranhão possui artistas cujos trabalhos são apresentados aqui e fora do estado. Entre eles estão: Fransoufer, Newton Pavão, Péricles Rocha e Miguel Veiga, participantes de exposições coletivas e individuais em salões ou galerias de artes plásticas.
A literatura maranhense sempre teve grandes escritores e poetas que se sobressaíram no Brasil e em outros países: Gonçalves Dias, Sousândrade, Coelho Neto, Artur Azevedo, Aluísio Azevedo, Humberto de Campos, Graça Aranha, Maria Firmina dos Reis, Josué Montello, Ferreira Gullar, Bandeira Tribuzi e muitos outros.
O teatro registra hoje espetáculos considerados muito bons por críticos nacionais. Tácito Borralho, Aldo Leite e Cecílio Sá são nomes de destaque no teatro maranhense.
- Nosso povo, nossa cultura! - 08/10/2019
Muito povo cultura refinada
Muito bom povo de cultura refinada
Muito boa nossa cultura, mas faltam informações. O que é de origem de quê? Sabe-se que o Divino veio com os açorianos